Não escrevi uma,
mas, várias histórias que falavam sobre ti.
Desenhei várias vezes o teu rosto no meu pensamento,
mas, tu rias e dizias sempre que eu era muito complexa,
e que ninguém pode desenhar nada no pensamento,
e, muito menos o teu rosto.
Mas, eu sempre fiz isso e ainda faço.
Hoje as bátegas de chuva que caíram desamparadas contra as janelas,
fizeram-me acreditar que, afinal, o teu rosto,
não é a única coisa que eu posso desenhar no meu pensamento...
Também posso desenhar a minha mágoa,
e assim talvez me sinta mais desprendida desta amargura
que me abraça como uma teia e me aniquila vagarosamente.
Não escrevi uma história sobre ti.
Mas várias, muitas delas pela alvorada dentro,
quando a saudade me fazia avivar ainda mais a falta da tua presença.
Hoje estou aqui de pé junto da janela que dá para o rio,
desenho nos seus vidros ofuscados pelo vapor que sai da minha respiração,
um barco que vai embora e lá dentro em vez de um marinheiro,
desenho uma sombra abstracta que simboliza a minha mágoa,
que retrata a minha e a tua história sem história...
ou talvez sim...
talvez...
... a história de uma amizade traída
... ou de uma "amizade" unisingular, imaginada...
... enganada
... Eu confesso,
e a quem é meu amigo de verdade e me quer bem,
peço as minhas sinceras desculpas,
...mas ainda sofro, sofro por esta "falsa amiga"
e acreditem que dói...
... dói muito...
... talvez...
... talvez... o "amigo" tempo se encarregue de minorizar a minha dor...
... assim espero...
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