sexta-feira, março 24, 2006
Só um beijo ao luar...
A saudade bate forte quando a tarde cai...um misto de cinza, um tom pálido corta o céu...deixando o azul mesclado a brumas...a uma espuma branca que se mistura a essa variante de cores...Olho à volta e não encontro um eco.... um sol que aqueça o corpo, a alma...que traga um novo alento a uma espécie de lacuna que há aqui dentro....procuro referenciais, não encontro....bato na porta...ela não se abre.
Mas, independente desse dia nublado, das lacunas, das dúvidas muitas que habitam a essência, queria te dizer tantas coisas... queria ler uma só frase que me dissesse que você está perto.... que não partiu... que de alguma forma ainda se encontra por perto... mesmo que seja só nas batidas ritmadas do peito...
Não, não estou triste, nem melancólica. É só uma nostalgia que se apodera, pedindo licença, desbravando qualquer tipo de barreira que se instale pela trilha...quero ar...busco a fronteira....
Levo meu escudo a horizontes virgens, com um ar disperso que se encarrega de me deixar confusa. Sem um sentido mais profundo questiono tudo que vejo à frente, querendo achar uma razão, um referencial, um sentido. Não há.
Estou te escrevendo, só querendo um eco... uma voz que se aproxime, que me diga que sente saudades.... que sente falta de meus textos sem sentido, da minha natureza rebelde, dos meus desejos insólitos, do meu hálito moleque, da minha aparência descabelada.... quero só um beijo ao luar... envolta em estrelas que cintilam, que cegam, banhando o corpo nu a espera do seu....
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2 comentários:
Apetece-me escrever...
Apetece-me escrever...Sobre quê?
Nem sei...Só sei que apetece-me escrever...Talvez desabafar...Mas ao mesmo tempo, não apetece falar daquilo que me tem incomodado ou sobre os motivos das lágrimas inconstantes que têm sido derramadas...Na verdade, nem sempre consigo explicar porque choro...Ando com pouco ânimo e estou cansada...Até estou cansada de ouvir que sou forte, que vou conseguir e que devo ter esperança e não desistir...Dou valor a estas palavras... mas o cansaço e saturação começam a vencer...Este blog é uma saída... Nunca sei por onde começar, nem que título colocar... As palavras acabam por ir surgindo, assim como as pequenas revelações...
Porque será que o amor muda tanto a nossa maneira de ver o mundo, as coisas, as pessoas, as situações...?Afinal de contas é apenas uma pessoa... Um sentimento... Uma esperança...Mas parece ser tanto... Dou tanto valor a esta pessoa... A este sentimento... E a esta esperança que parecia estar muito fraquinha há uns tempos atrás...A nossa vida a partir de um certo momento parece depender do futuro que pensamos ou gostaríamos de construir. Tenho ouvido algumas coisas engraçadas como "vê se agora atinas, porque o rapazinho é ouro..." ou ainda "aproveita, porque a vida pode não dar muito mais oportunidades como estas...".Eu preferia não sentir tanta pressão... Caramba, ninguém é perfeito, é certo. Mas deve-se viver o dia-a-dia e é isso que tenho feito. Não quero pensar todos os dias que vou acabar por ficar sozinha... Nem quero pensar que esta é a minha última oportunidade de ser feliz com alguém ao meu lado (embora deseje muito que esta seja a pessoa com quem vou passar o restinho da minha vidinha...)... Quero pensar que no momento sou feliz com esta pessoa e pretendo lutar para que continue assim, da mesma forma que também espero luta do outro lado...Enfim... São apenas pensamentos de uma rapariguinha que apenas quer ser amada e está pronta para amar verdadeiramente...Se a virem, digam apenas para ela ser feliz... Porque o resto virá por acrescento...
Perdida em pensamentos, dispo-me dos meus medos...envolvo-me em letras e deslumbro-me em ilusões. Olho no espelho e triste vejo que meu rosto não é mais o mesmo rosto da menina sorridente da foto pendurada na parede. Algumas rugas já se fazem notar, e nelas identifico lágrimas, sorrisos e emoções!...vivências de uma mulher. Minha vida é um livro que precisa de ser revisto antes de ser editado... Em meus deliríos mentais vejo em mim... Uma ....
_Cinderela sem sapato
_capuchinho sem capuz
_branca de neve sem anões
_sininho sem Peter Pan
E agora pergunto:
_Afinal espelho meu...podes dizer-me quem sou eu?
Sinto que o tempo corre, sem que eu possa fazer nada para alterar isso. Desse tempo ficam apenas um emaranhado de palavras que se enrolam em minha mente Não deixando margem para dúvidas de que, algo está mudando dentro de mim. Sinto-me madura em tudo, Vaidosa porque meu corpo acumula encantos.
Sou feminina, inteira...Apenas não sei onde deixei a outra parte de mim.
Meu corpo deseja o teu.
Minha mente recorda, meu corpo responde com calor
à memória de tuas mãos,
de teus dedos, que suaves, umas vezes,
insistentes noutras, minha pele percorrem,
sempre por sábios caminhos,
que tu tão bem sabes trilhar.
Estou com a mente, mais que o corpo, quente, desejosa..
quero ouvir-te e falar-te, rir contigo, espantar-me mais um pouco.
Recordo teu calor, a roupa que, deitada ao teu lado, se torna supérflua..
E de novo, por teus (a)braços anseio,
pelo teu cheiro que em mim fica
(parece que ainda agora o sinto).
Enterneço-me com as cumplicidades que partilhamos,
sorrisos de embaraço, meus, que logo fazes dissipar..
E sorrio, sorrio sorrio...
esse sorriso que tanto gostas,
e que te faz sorrir um sorriso que me amolece...
Fazes meu corpo sorrir, sabias?
Mas hoje estou sensível...
e quero o teu corpo,
quero que sintas minhas unhas e meus dentes na tua pele,
que deixem marcas vermelhas,
que sorrias travesso, ao vê-las.
Que me deixes, igual, marcada,
que nosso suor se misture,
e que entre dedos entrelaçados,
o tempo desapareça e estremeça.
que soltemos gargalhadas soltas, um no outro,
uma e outra vez...
Hoje estou sensível,
e meu corpo deseja o teu...
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.
O nome de quem ama
Letra a letra revelado
Na mármore distraído,
No papel abandonado.
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
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